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ESG e a Jornada Rumo ao Net-Zero: O Valor dos Relatórios de Escopo 3

Por MOWA - Carbon Neutral

31 de julho de 2023

Mowa

Resumo: Este artigo explora o crescente interesse das empresas em adotar os relatórios de Escopo 3 como uma prática para medir e divulgar seu impacto ambiental. As emissões de Escopo 3, que compreendem as emissões indiretas da cadeia de valor de uma empresa, têm sido cada vez mais reconhecidas como um fator relevante na avaliação da sustentabilidade corporativa. A disponibilidade de dados sobre essas emissões tem facilitado seu rastreamento e medição, graças ao desenvolvimento de novas ferramentas de coleta e análise de dados. Além disso, a pressão de investidores, clientes e reguladores tem incentivado as empresas a divulgarem seu impacto ambiental por meio dos relatórios de Escopo 3, como forma de demonstrar o compromisso com a ação climática e atender às expectativas das partes interessadas.

Não é mais novidade que as empresas estão lidando com uma crescente demanda, cada vez maior, para medir, divulgar e reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE). Embora as emissões de Escopo 1 e Escopo 2 já sejam amplamente abordadas, a conscientização sobre as emissões de Escopo 3, emissões indiretas provenientes da cadeia de valor, tem aumentado significativamente. A divulgação do Escopo 3 tornou-se uma prática comum para empresas que buscam medir seu impacto ambiental de forma abrangente e obter vantagens como transparência, gestão de riscos, cadeia de suprimentos sustentável, conformidade com regulamentações e estímulo à inovação e competitividade.

As emissões de Escopo 3 abrangem todas as emissões indiretas que ocorrem ao longo da cadeia de valor de uma empresa, incluindo fornecedores, transporte, uso de produtos vendidos e descarte. Tais emissões são consideradas indiretas, pois estão além do controle direto da empresa, mas estão relacionadas às suas atividades e produtos. Enquanto o Escopo 1 e o Escopo 2 lidam com operações diretas, o Escopo 3 proporciona uma visão mais abrangente do impacto ambiental de uma empresa, englobando todo o ciclo de vida de seus produtos e serviços.

Com os avanços tecnológicos e a maior disponibilidade de dados, a medição das emissões de Escopo 3 tornou-se mais acessível para as empresas. Novas ferramentas de coleta e análise de dados possibilitam o rastreamento preciso e eficiente das emissões ao longo de toda a cadeia de valor. Isso proporciona uma compreensão mais detalhada do impacto ambiental das operações e auxilia na identificação de áreas críticas para a redução das emissões.

Gráfico

As empresas estão enfrentando crescentes pressões de várias partes interessadas para divulgar seu impacto ambiental, incluindo investidores, clientes e reguladores. Os investidores buscam informações transparentes e precisas sobre o desempenho ambiental das empresas em que investem, devido à preocupação com riscos climáticos e sustentabilidade. Os clientes, cada vez mais conscientes do meio ambiente, tomam decisões de compra com base na responsabilidade ambiental das empresas. Além disso, órgãos reguladores e governos implementaram políticas de divulgação de carbono e iniciativas que exigem relatórios ambientais, incentivando a transparência e ações climáticas concretas. Como resultado, a divulgação das emissões de Escopo 3 tornou-se essencial para atender a essas demandas e demonstrar o compromisso das empresas com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental.

A adoção de relatórios de Escopo 3 traz diversos benefícios para as empresas. Em primeiro lugar, a identificação e redução de emissões ao longo da cadeia de valor podem resultar em eficiência operacional e economia de custos. Além disso, a busca por práticas mais sustentáveis impulsiona setores como energia renovável, eficiência energética, transporte limpo, agricultura sustentável e tecnologias de baixo carbono, que estão se expandindo rapidamente, criando empregos e impulsionando o crescimento econômico. Essa abordagem não só contribui para a mitigação das mudanças climáticas, mas também se traduz em oportunidades para o desenvolvimento de negócios alinhados com as demandas crescentes por práticas ambientalmente responsáveis.

Além disso, a transição climática está abrindo oportunidades em mercados emergentes, estimulando investimentos em infraestrutura verde, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas, e promovendo a adoção de práticas mais responsáveis nas cadeias de suprimentos. Essas mudanças impulsionam a inovação e a competitividade das empresas que buscam se posicionar de forma sustentável no mercado, enquanto contribuem para a construção de uma economia mais resiliente e alinhada com os desafios ambientais do século XXI.

Aqueles que liderarem a mudança para uma economia de baixo carbono estarão posicionados para colher os benefícios econômicos e competitivos, além de contribuir significativamente para a construção de um futuro mais sustentável e resiliente.

As empresas que se engajam na divulgação do Escopo 3 demonstram maior responsabilidade ambiental, o que melhora a percepção dos clientes e investidores, e aumenta sua reputação. Esse compromisso com a transparência e ações sustentáveis também pode levar a oportunidades de negócios mais alinhadas com a economia de baixo carbono e parcerias com outras empresas que compartilham o mesmo comprometimento com a ação climática.

Aqueles que adotam precocemente os relatórios de Escopo 3 - os early adopters - estarão em melhor posição para enfrentar os desafios de uma economia de baixo carbono no futuro. A regulamentação ambiental provavelmente se tornará mais rigorosa e a divulgação transparente e a gestão proativa das emissões de GEE se tornarão imperativas para a sobrevivência e o sucesso das empresas. Portanto, adotar a medição e divulgação do Escopo 3 agora posiciona as empresas de forma mais favorável para lidar com as expectativas crescentes das partes interessadas e as demandas de sustentabilidade em constante evolução.

Saiba alguns dados pertinentes ao progresso na divulgação corporativa de informações sobre o clima:

  • Mais empresas estão a comunicar as emissões de Escopo 3.um aumento de 8 pontos percentuais em relação aos sete meses anteriores. Já 30% dessas metas visavam atingir o valor líquido zero (em 31 de março de 2023).
  • 17% das empresas cotadas em bolsa publicaram um objetivo climático que, se atingido, alinharia as emissões de GEE em toda a cadeia de valor da empresa com o ambicioso objetivo de 1,5°C do Acordo de Paris, um aumento de 10 pontos percentuais em relação ao mesmo período.
  • Quatro dos 24 setores industriais se alinham em limitar o aquecimento global futuro a um nível igual ou inferior a 1,5°C, enquanto 15 setores industriais se alinham com uma trajetória de 2°C (em 31 de março de 2023).

Os investidores estão a contar com as empresas para reduzir o défice de ambição:
  • As empresas cotadas em bolsa estão a caminho de aquecer o planeta 2,7°C acima dos níveis pré-industriais neste século, com base numa análise das suas futuras e dos atuais compromissos climáticos.
  • Pouco mais da metade (51%) das empresas cotadas na bolsa estão no bom caminho para manter o aquecimento abaixo dos 2°C, enquanto 19% estão de acordo com um aumento de temperatura de 1,5°C.

As empresas continuam a emitir uma quantidade recorde de carbono
  • Prevê-se que as empresas cotadas em bolsa emitam 11,2 Gt de dióxido de carbono equivalente (CO2e) na atmosfera este ano, sem alterações em relação a 2022.
  • As empresas cotadas esgotarão a sua quota-parte do orçamento global de carbono para limitar o aumento da temperatura abaixo de 1,5°C dentro de 43 meses (até 31 de outubro de 2026), dois meses mais cedo do que foi projetado na edição de outubro de 2022 do relatório The MSCI Net-Zero Tracker.

Para além das empresas cotadas em bolsa:
  • As empresas não cotadas em quatro dos cinco grupos industriais com maior intensidade de emissões eram menos intensivas em carbono do que as suas homólogas cotadas em bolsa, em termos agregados, com base numa análise de dados da MSCI ESG Research and Burgiss, fornecedor global de dados e investigação para investimentos alternativos (em 30 de setembro de 2022).
  • Os investidores institucionais estão se concentrando cada vez mais no impacto relacionado ao clima dos ativos não listados, que aumentaram para mais de um quarto (26%) dos portfólios de pensão, em comparação com 7% há cerca de 20 anos, e, consequentemente, emitem uma quantidade significativa de emissões de GEE.

À medida que a conscientização sobre as mudanças climáticas aumenta, as empresas estão buscando maneiras mais abrangentes de medir e divulgar seu impacto ambiental. Os relatórios de Escopo 3 oferecem uma perspectiva mais completa das emissões de GEE associadas às atividades de uma empresa, permitindo uma abordagem mais holística para a mitigação do impacto ambiental. A disponibilidade crescente de dados, a pressão de partes interessadas e os benefícios associados à divulgação do Escopo 3 estão impulsionando essa prática para a vanguarda da sustentabilidade corporativa. Aqueles que adotarem essa abordagem precocemente estarão melhor preparados para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades em uma economia de baixo carbono no futuro.

Fonte: The MSCI Net-Zero Tracker Report, May 2023.

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